quarta-feira, 27 de maio de 2020

Entenda o plano de retomada gradual do ensino no Estado

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As etapas de retorno gradual das atividades de ensino foram apresentadas pelo governador e secretários em transmissão ao vivo - Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini
A elaboração de um plano de retomada das aulas no Rio Grande do Sul passa por um processo complexo, na medida em que resultaria na movimentação de mais de 20% da população gaúcha, entre estudantes das redes pública e privada de diversos níveis de ensino e profissionais ligados à educação e a serviços correlacionados.
Devido a essa complexidade, o Executivo anunciou, nesta quarta-feira (27/5), que dividiu em cinco etapas o retorno gradual das atividades de ensino. A capacidade de adaptação ao distanciamento controlado e suas bandeiras por parte das atividades econômicas é distinta do sistema escolar. Por isso, o governo do Estado realizará o retorno gradual das aulas presenciais, na medida em que observar se há condições de saúde favoráveis, priorizando a proteção da vida dos estudantes, dos professores e dos funcionários.
ETAPAS PARA RETOMADA GRADUAL DAS ATIVIDADES DE ENSINO
Etapa 1 – 1º de junho
A primeira etapa está prevista para começar em 1º de junho e envolve apenas o ensino remoto, tanto na rede pública como na rede privada. O ensino remoto será na modalidade híbrida, com uso de tecnologia e com a disponibilização de materiais aos pais e responsáveis com dificuldade de acesso via internet. As aulas remotas são prioridade do plano de retomada e alicerce fundamental do modelo híbrido que será implementado.
Na rede pública, as aulas serão oferecidas com o apoio da plataforma Classroom, do Google for Education, e envolve o espelhamento de mais de 37 mil turmas, ou seja, criar no ambiente virtual espaços correspondentes para todas as turmas. Além disso, serão criados mais de 300 mil ambientes virtuais/componentes/disciplinas, ofertadas mais de mil turmas preparatórias para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e organizados 2,5 mil pátios para recreio virtual (espaço de integração entre os alunos para que possam conversar e trocar experiências). Também estão previstos criação de salas de professores, serviços de orientação educacional e de coordenação pedagógica virtual.
Etapa 2 – 15 de junho
Para a segunda etapa, cujo início será em 15 de junho, estão previstas atividades de Ensino Superior, Pós-Graduação e Ensino Técnico Subsequente. A retomada será restrita ao estágio curricular obrigatório e às atividades práticas de ensino essenciais à conclusão de cursos, de pesquisa e em laboratórios. A estimativa é de que 41 mil alunos retornem às aulas nesta etapa.
PROTOCOLOS PARA REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES
Ensino Superior, pós-graduações e Ensino Técnico
Bandeira amarela e laranja
• Teto de operação: 50% do alunado (50/50 escala ou revezamento), restrito a atividades práticas de ensino essenciais à conclusão do curso, à pesquisa e a estágio curricular obrigatório. Atividades em laboratórios e plantão individualizado sob agendamento.
• Modo de operação: presencial restrito/EAD (50/50)
Bandeira vermelha e preta
• Teto de operação: 25% do alunado, restrito a atividades de laboratório essenciais à manutenção de seres vivos, sob agendamento.
• Modo de operação: presencial restrito/EAD (50/50)
Cursos livres
Bandeira amarela e laranja
• Teto de operação: 50% do alunado (50/50 escala ou revezamento)
• Modo de operação: presencial restrito/EAD (50/50)
Bandeira vermelha e preta
• Fechado
Observação: as etapas 3, 4 e 5 ainda serão definidas pelo governo do Estado.
Etapa 3 – anúncio em 15 de junho para retomada em 1º de julho
Etapa 4 – anúncio em 1º de julho para retomada em 3 de agosto
Etapa 5 – anúncio em 3 de agosto para retomada em 1º de setembro
Texto: Suzy Scarton

Edição: Vitor Necchi/Secom

Aulas nas redes pública e privada serão retomadas em modelo de ensino remoto a partir de 1º de junho

Leite, reconhecendo que há desafios no ensino remoto, disse que nenhum aluno será deixado para trás - Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini
Suspensas no Rio Grande do Sul desde 19 de março, as aulas nas redes pública e privada voltarão, a partir de 1º de junho, em modelo de ensino remoto. Consideradas prioridade do plano de retomada das atividades escolares no Estado, as aulas remotas serão oferecidas na rede pública pela plataforma Classroom, do Google for Education, e incluirão a criação de mais de 300 mil ambientes virtuais.
O Executivo garantirá o ensino remoto para todos os níveis da rede pública na modalidade híbrida, com uso de tecnologia e a disponibilização de materiais aos pais ou responsáveis com dificuldade de acesso via internet. "Não deixaremos nenhum aluno para trás. Sabemos que há desafios no ensino remoto quanto ao uso de tecnologias e, nas próximas duas semanas, trabalharemos para alcançar todos os alunos e identificar todas as dificuldades de acesso", detalhou o governador Eduardo Leite nesta quarta-feira (27/5), em coletiva de imprensa transmitida pelas redes sociais.
Na rede estadual, a proposta inclui o espelhamento de mais de 37 mil turmas, ou seja, criar no ambiente virtual espaços correspondentes para todas as turmas. Além disso, serão criados mais de 300 mil ambientes virtuais/componentes/disciplinas, ofertadas mais de mil turmas preparatórias para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e organizados 2,5 mil pátios para recreio virtual (espaço de integração entre os alunos para que possam conversar e trocar experiências). Também estão previstos criação de salas de professores, serviços de orientação educacional e de coordenação pedagógica virtual.
Para contornar as dificuldades de conexão, a Assembleia Legislativa contribuirá com R$ 5,4 milhões, ao longo de 12 meses, para que a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) garanta a oferta de capacidade extra para smartphones cadastrados de até 900 mil alunos e professores. Serão R$ 450 mil mensais para custear a parceria com operadoras de telefonia.
“O momento é de insegurança, especialmente para os pais. Não teremos aulas presenciais em junho e chegaremos aos nossos alunos de forma remota. Estamos correndo contra o tempo para garantir que os estudantes não percam o contato com a escola”, explicou o secretário da Educação, Faisal Karam.
A determinação do Estado é de que as aulas do ensino privado também sejam realizadas de forma remota durante o mês de junho.
De 19 de março a 31 de abril, a Secretaria de Educação promoveu, para manter o vínculo entre o aluno e as escolas, aulas programadas na rede estadual de ensino. O planejamento dos conteúdos e a preparação das dinâmicas pedagógicas foram realizados pelos educadores a partir das possibilidades de cada comunidade escolar.
Segunda etapa
A segunda etapa de retorno, agora presencial, tem previsão de início em 15 de junho, com a volta de aulas do Ensino Superior, de pós-graduações e do Ensino Técnico Subsequente. A retomada será restrita ao estágio curricular obrigatório e às atividades práticas de ensino essenciais à conclusão de cursos, de pesquisa e em laboratórios. A estimativa é de que 41 mil alunos retornem às aulas nesta etapa.
Além disso, cursos livres – profissionalizantes, de idiomas, de artes, pré-vestibulares e similares – também poderão retomar as aulas, com a obrigação de estarem adaptados às regras estabelecidas nos protocolos do Estado. A previsão é de que esse tipo de atividade envolva o retorno de 100 mil estudantes. No entanto, a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos, lembra que a maioria dessas atividades não envolve aulas diárias, e que esse retorno acabará sendo distribuído ao longo dos dias da semana.
No próximo dia 15 de junho, o Executivo anunciará, de acordo com a realidade verificada no Rio Grande do Sul no momento, quais atividades poderão ser retomadas a partir de julho. “Trabalhamos, em um primeiro momento, com a retomada inicial de alunos da Educação Infantil e do Ensino Médio, embora ainda não haja definições. Há outros cenários possíveis também e vamos definir a melhor estratégia de retorno sempre com a preocupação em garantir a segurança de alunos, professores e funcionários”, reforçou Leite.
Educação Infantil e Ensino Médio
O Executivo analisa os cenários de retorno para identificar os grupos prioritários, de acordo com necessidades específicas. Neste período inicial de avaliação, identificou que há motivos para que as aulas da Educação Infantil e do Ensino Médio sejam as primeiras a serem retomadas, de forma gradual, no momento em que se mostrar adequado.
“Crianças menores necessitam da garantia de aprendizagem presencial, há necessidade de contato para que todo o potencial da criança seja desenvolvido”, lembrou o governador Eduardo Leite. No entanto, é mais difícil conscientizar crianças pequenas da importância do respeito às regras de higiene e de restrição de contato.
De outro lado, os jovens e adolescentes, que conseguem lidar melhor com aprendizagem à distância e ensino remoto, estão no último período de ensino antes do ingresso nas universidades ou no mercado de trabalho.
“A prioridade de retorno está nas duas extremidades, na Educação Infantil e no Ensino Médio. Temos de dar os corretos estímulos na base, para não perdermos a capacidade de aprendizagem das crianças, e também devido ao estímulo econômico, para que os pais possam deixar as crianças em um local seguro, com tranquilidade. Por outro lado, os estudantes do Ensino Médio precisam estar bem preparados para ingressar nas universidades e no mercado de trabalho”, ressaltou o governador.
Um eventual retorno da Educação Infantil e do Ensino Médio em julho, possibilidade que ainda está em discussão, passará pelo cumprimento de protocolos gerais e específicos de saúde, elaborados conjuntamente pelas secretarias de Educação e da Saúde.
A portaria, que deve ser publicada em 29 de maio, instituirá os Comitês Operacionais de Emergência em Saúde – COE Escola, que terão competência para reunir informações, convocar esforços, analisar situações e planejar e acompanhar ações. Também demandará a construção de um Plano de Contingência para prevenção, monitoramento e controle da transmissão da Covid-19 nas instituições com mais de cem pessoas, considerando alunos, professores e funcionários.
O secretário Faisal Karam explicou que cada escola terá autonomia para criar grupos de trabalho que ficarão responsáveis por fiscalizar a condição de equipamentos de proteção individual (EPIs), a higienização das escolas e a aferição da temperatura dos alunos. O governo do Estado ainda disponibilizará um aplicativo no qual poderão ser inseridas informações em tempo real a respeito de eventuais casos de alunos sintomáticos nas escolas.
PROTOCOLOS PARA REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES
Ensino Superior, pós-graduações e Ensino Técnico
Bandeira amarela e laranja
• Teto de operação: 50% do alunado (50/50 escala ou revezamento), restrito a atividades práticas de ensino essenciais à conclusão do curso, à pesquisa e a estágio curricular obrigatório. Atividades em laboratórios e plantão individualizado sob agendamento.
• Modo de operação: presencial restrito/EAD (50/50)
Bandeira vermelha e preta
• Teto de operação: 25% do alunado, restrito a atividades de laboratório essenciais à manutenção de seres vivos, sob agendamento.
• Modo de operação: presencial restrito/EAD (50/50)
Cursos livres
Bandeira amarela e laranja
• Teto de operação: 50% do alunado (50/50 escala ou revezamento)
• Modo de operação: presencial restrito/EAD (50/50)
Bandeira vermelha e preta
• Fechado
Texto: Suzy Scarton

Edição: Vitor Necchi/Secom

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Distribuição de novo lote de testes rápidos para coronavírus a municípios começa na quinta


Exame fornece resultado em 15 minutos - Foto: Ascom SES
A distribuição do novo lote de 135 mil testes rápidos para detecção de anticorpos do coronavírus começa na quinta-feira (14/5). O governo do Estado remeterá o material para todas as cidades do Rio Grande Sul, de acordo com critérios populacionais e epidemiológicos. Com essa leva, chega a mais de 243 mil o total de exames desse tipo já distribuídos por meio da Secretaria da Saúde.
Essa quantidade permitirá a ampliação das pessoas testadas. O coordenador do Centro de Operações de Emergência da Secretaria de Saúde, Marcelo Vallandro, destaca que agora serão testadas, desde que estejam com sintomas, pessoas com mais de 50 anos e profissionais que trabalhem com transporte de cargas ou coletivo de passageiros. Também passam a ser testados pessoas que residam com quem teve confirmação laboratorial para Covid-19 (contactantes domiciliares), incluindo as situações quando se identifica um caso em instituições de longa permanência de idosos (ILPI).
Foi garantido o número de ao menos uma caixa por município, além de um estoque de mais 26 mil testes nas 19 Coordenadorias Regionais de Saúde (para uso em situações estratégicas como surtos e óbitos acima da demanda, entre outras circunstâncias especiais). Também foi reservada uma cota de testes para uso na pesquisa de amostragem da população pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e para a área da Segurança Pública estadual.
Critérios para a distribuição aos municípios das 5.467 caixas com os testes (cada uma com 20 unidades):
• Quantidade de profissionais da saúde
• População acima de 50 anos
• Municípios com casos confirmados para Covid-19
• Municípios com novos casos confirmados para Covid-19 que não haviam recebido caixas por esse critério nas remessas anteriores
• Número de leitos para atendimento a síndromes gripais

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Covid-19

Pesquisa estima que há mais de 24,8 mil infectados por coronavírus no RS

Resultado indica um caso da doença para cada 454 habitantes – na rodada anterior, era um a cada 769
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Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini
Um total de 24.860 pessoas já pode ter sido infectado por coronavírus no Rio Grande do Sul – número nove vezes maior do que mostram os dados oficiais. É o que indica a terceira etapa da pesquisa de prevalência da população divulgada nesta quarta-feira (13/5) pelo governo do Estado e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Na fase anterior, há duas semanas, o levantamento apontava para 15 mil infectados. Na primeira, eram 5,6 mil.
“Os dados que temos dessa pesquisa, que mostram as condições atuais e a velocidade de propagação do vírus, são muito importantes porque fazem parte dos parâmetros que utilizamos para o Distanciamento Controlado, um modelo complexo que utiliza diversos critérios e indicadores, o que nos ajuda a traçar as melhores estratégias”, destacou o governador Eduardo Leite durante a divulgação dos dados em transmissão ao vivo pelas redes.
Prevalência slide 2
Dos 4,5 mil testes rápidos aplicados entre os dias 9 e 11 de maio, 10 pessoas testaram positivo. Destas, quatro foram em Passo Fundo, município que vem apresentando números de casos e mortes elevados nas estatísticas oficiais. Os outros foram em Ijuí (2), Caxias do Sul (1), Pelotas (1), Porto Alegre (1) e Santa Cruz do Sul (1). Completam a lista de cidades onde a pesquisa foi feita Canoas, Santa Maria e Uruguaiana. Juntos, os nove municípios representam 31% da população gaúcha.
Prevalência slide 1
Na fase anterior, houve seis testes positivos e, na primeira, dois. Isso mostra um aumento progressivo no número de casos, mas em progressão aritmética, e não geométrica – como tem acontecido no Brasil e como foi nos países com os piores cenários.
“Importante salientar que temos, a cada pesquisa, uma fotografia, e o conjunto de fotografias começa a formar um filme. Com isso, na medida em que temos novas rodadas de resultados, podemos observar uma tendência sobre o comportamento do coronavírus no nosso Estado. E é muito positivo ver que não está acontecendo o movimento exponencial. É uma boa demonstração de controle até aqui no Rio Grande do Sul, o que se associa a outros indicadores, como o movimento das internações hospitalares, que não tem atingido picos”, pontuou o governador.
A terceira rodada do estudo de Epidemiologia da Covid-19 no RS (Epicovid19) detectou anticorpos em 0,22% do total de pessoas testadas. Na etapa anterior, esse índice foi de 0,13%, e no primeiro levantamento, há um mês, de 0,05%.
Os novos dados, portanto, estimam que haja um infectado a cada 454 gaúchos – na testagem anterior, era um caso positivo a cada 769 pessoas; na primeira, um a cada 2 mil.
“Os casos notificados representam apenas uma parcela do total, confirmando a nossa teoria do iceberg de que existe uma parte visível, representada pelas estatísticas oficiais, e uma parte submersa, que precisa ser conhecida para que sejam tomadas as melhores decisões para o seu enfrentamento”, lembrou o reitor da UFPel e coordenador da pesquisa, Pedro Hallal.
Se por um lado a prevalência de pessoas com anticorpos aumentou, por outro, o número de subnotificações reduziu. Nesta última rodada, a pesquisa estimou que, para cada caso notificado, haveria nove subnotificados. Na fase anterior, foram apontadas 12 subnotificações. Pela margem de erro, esse número pode variar entre quatro e 16.
Distanciamento social
O aumento da prevalência de pessoas com anticorpos no Estado veio acompanhado de uma diminuição do número de pessoas que respeitam as orientações de distanciamento social. Entre a primeira etapa e a última da pesquisa, o percentual da população que relatou sair de casa diariamente aumentou de 20,6% para 30,4%. Entretanto, em relação à segunda rodada, subiu de 28,3% para 30,4%, percentual considerado estável.
Com a nova política de Distanciamento Controlado, que passou a valer em todo o território do Estado após a última testagem, na segunda-feira (11/5), segmentando por região e setor as medidas, o governo espera ter um equilíbrio entre a preservação da vida e a atividade econômica, com restrições no local, no momento e na proporção que forem necessárias.
“Quero reforçar duas palavras: inovação e transparência. O governo do Rio Grande do Sul criou o Gabinete de Crise e uma série de comitês para melhor se informar e tomar decisões orientadas no que de melhor a ciência pode produzir. Todos os dados em que nos baseamos são divulgados de forma muito transparente. Além disso, o Estado é o único lugar no mundo onde há três rodadas de uma pesquisa com base amostral em que se consegue acompanhar e controlar de que forma caminha esse vírus”, afirmou a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos.
Letalidade maior
A pesquisa trouxe, pela segunda vez, a estimativa de letalidade. Se o cálculo for baseado nos casos notificados – 105 óbitos e 2.576 casos confirmados no dia 10 de maio –, a letalidade estimada seria de 4%. Isso significa que, a cada cem pessoas que contraírem o vírus, quatro morreriam por conta da Covid-19.
Quando o cálculo leva em consideração o total de casos estimado pela pesquisa de prevalência (24.860) e o número de óbitos confirmados (105), a estimativa de letalidade cai para 0,42%. Ou seja, seriam quatro mortes a cada mil infectados por coronavírus.
No resultado da rodada anterior de testes, a letalidade era menor: 3,6% levando em conta apenas casos confirmados e de 0,33% quando considerada a estimativa de infectados apontada pela pesquisa.

Sintomas mais comuns
Pela primeira vez, a pesquisa Epicovid19 divulgou resultados sobre os sintomas mais relatados pelas 18 pessoas que foram confirmadas com anticorpos nas três fases. O campeão foi dor de garganta (presente em 22% dos casos), seguido por tosse, diarreia e alterações de olfato/paladar (17%), dificuldade para respirar (11%) e, por último, febre (6%).

Novas rodadas no RS e início no Brasil
Ainda em andamento, o estudo Epicovid19 deve realizar pelo menos mais duas rodadas de testes e entrevistas. A próxima está prevista para os dias 23, 24 e 25 de maio. A seguinte ainda não tem data confirmada.
Os dados obtidos no atual estágio da pandemia são similares aos coletados em outros países, como Áustria (0,3% da população estaria infectada) e Islândia (0,6%), e se referem exclusivamente ao Rio Grande do Sul, mas o Epicovid19 também será replicado no Brasil inteiro.
A primeira fase do estudo nacional vai a campo na quinta-feira (14/5). A previsão é coletar amostras em 133 cidades em todos os Estados, realizando mais de 33 mil testes em cada uma das três fases, intercaladas por duas semanas, totalizando quase 100 mil pessoas.
O Epicovid19 é coordenado pelo governo do Rio Grande do Sul e pela UFPel, mobilizando uma rede de 12 universidades federais e privadas: Imed Passo Fundo, Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade de Passo Fundo (UPF), Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS/Passo Fundo), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal do Pampa (Unipampa/Uruguaiana), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade La Salle (Unilasalle-Canoas) e Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí).
O estudo tem um custo estimado em R$ 1,5 milhão e apoio da Unimed Porto Alegre, do Instituto Cultural Floresta, também da capital gaúcha, e do Instituto Serrapilheira, do Rio de Janeiro.

Texto: Vanessa Kannenberg

Edição: Vitor Necchi/Secom

terça-feira, 5 de maio de 2020

𝐑𝐞𝐠𝐢ã𝐨 𝐂𝐚𝐫𝐛𝐨𝐧í𝐟𝐞𝐫𝐚 𝐩𝐞𝐝𝐞 𝐚𝐩𝐨𝐢𝐨 𝐝𝐨 𝐄𝐬𝐭𝐚𝐝𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐡𝐨𝐬𝐩𝐢𝐭𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐒ã𝐨 𝐉𝐞𝐫ô𝐧𝐢𝐦𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚 𝐨 𝐜𝐨𝐫𝐨𝐧𝐚𝐯í𝐫𝐮𝐬

Instituição precisa de R$ 4,2 milhões para instalar 10 leitos de UTI e 40 leitos de isolamento

Referência para nove municípios da Região Carbonífera, o Hospital de Caridade São Jerônimo não está preparado para um possível avanço do novo coronavírus. A instituição não possui leitos de UTI, nem respiradores, estruturas fundamentais para a sobrevida de pacientes graves com a covid-19. Diante do aumento de casos da doença no interior do Estado, prefeitos encaminharam um ofício ao governador Eduardo Leite pedindo apoio ao hospital.

No documento, enviado esta segunda-feira (4) ao Executivo, a Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Asmurc) aponta que são precisos R$ 4,2 milhões para dotar a instituição de 10 leitos de UTI e 40 leitos de isolamento. "Até agora, nenhum centavo do Estado foi destinado ao hospital. E os valores estão completamente longe daquilo que podemos oferecer", afirma Miguel Almeida, presidente da entidade e prefeito de Minas do Leão.

Até o momento, foram confirmados 13 casos de covid-19 na região. Numa situação de gravidade, os pacientes precisariam se deslocar até Porto Alegre. "Dependendo do aumento da pandemia, quem tiver de ir à capital talvez não consiga atendimento. Temos de garantir uma estrutura adequada à comunidade aqui perto", ressalta Miguel.

Os prefeitos sugerem a utilização dos recursos previstos pelo Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus, aprovado no sábado (2) pelo Senado. Os municípios da região concordam, inclusive, em abrir mão de parte do valor devido na saúde, desde que tais verbas sejam destinadas ao hospital – em comum acordo com o Estado.

"Temos buscado contribuir como podemos, mas nossos recursos são ainda mais limitados, diante da queda da arrecadação. Esperamos que o governador tenha compreensão e solidariedade neste momento, para uma situação de gravidade caso haja um surto por aqui", completa Miguel Almeida.

De acordo com o Hospital de Caridade São Jerônimo, são necessários cerca de R$ 1,98 milhão para os 10 leitos de UTI, além de R$ 2,25 milhões para 40 leitos de isolamento. Fundada em 1952, a instituição possui estrutura de média complexidade para atendimento clínico, cirurgias e emergências.

Antonio Felipe Purcino
Jornalista

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Minas do Leão cria fundo para combater coronavírus a partir da redução de salários

Formato inédito no estado reunirá recursos para ações de saúde e assistência social

Foi aprovado pela Câmara de Vereadores o projeto da Prefeitura de Minas do Leão que cria um fundo municipal para custear ações de combate à Covid-19. Com isso, parte dos salários do Executivo será doada para investimento exclusivamente nas áreas de saúde e assistência social ligadas à pandemia.

A proposta, que tem formato inédito no Estado, já foi sancionada pelo prefeito Miguel Almeida, e sugere que o gestor municipal, vice-prefeito, secretários e detentores de cargos em comissão e funções gratificadas doem parcela de seus vencimentos ao fundo. A Secretaria de Finanças verificará o percentual de queda da arrecadação municipal, dado que será a base para as doações.

"Não podemos obrigar ninguém a doar, nem baixar salários. Por isso, criamos uma forma de unificação percentual, a partir da qual todos podem fazer o depósito diretamente para o fundo. Se a arrecadação cair 10% de um mês para o outro, por exemplo, vamos sugerir um repasse de 10% do salário. Mas, claro, todos são livres para doar mais do que isso", afirma o prefeito. "Nesse momento em que todos estamos perdendo, trabalhadores e empresários, o setor público também tem de dar sua cota de sacrifício", ressalta Miguel.

O fundo também será composto de doações de outros poderes, organizações da sociedade civil, empresas e moradores do município. Nos primeiros dias, já recebeu R$ 18,6 mil do Judiciário e R$ 10 mil da Câmara de Vereadores. Os recursos serão utilizados em iniciativas como a compra de alimentos e produtos de higiene para as famílias em vulnerabilidade social, além da aquisição de testes rápidos para diagnóstico da Covid-19. A Prefeitura fará uma prestação de contas mensal sobre os valores arrecadados e em quais ações foram empregados.

ServiçoAs doações podem ser feitas na seguinte conta:
Banco: Banrisul
Agência: 0786
Conta corrente: 04.009629.0-5.

Foto: Divulgação/Prefeitura de Minas do Leão