segunda-feira, 21 de novembro de 2016

CHARQUEADAS

TRACTEBEL APRESENTOU HOJE AOS COLABORADORES O PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA (PDV)


A direção da empresa já havia comunicado à imprensa que estava elaborando um Plano de Demissão Voluntária para dar apoio e prêmio ao colaborador que prestou anos de serviço na companhia. Entre as vantagens de pedir demissão voluntária estaria um plano de assistência médica por dois anos após o desligamento.  
 
Pois hoje, segundo informações de colaboradores, os cerca de 70 funcionários da Tractebel ao chegarem no trabalho foram recebidos com a apresentação do PDV da empresa. O clima na empresa, evidentemente era de tristeza.

FECHAMENTO ANUNCIADO
A Engie Tractebel Energia iria fechar as portas da UTE Charqueadas em 31 de agosto deste ano, porém a Aneel decidiu manter a usina em operação até o final de dezembro, contrariando a solicitação da empresa.

DESEMPREGOS
O fechamento da usina atingirá mais de dois mil empregos indiretos e cerca de 70 diretos.

ENTREVISTA
Na edição do dia 13 de maio de 2016, o Jornal Visão publicou uma entrevista com o Gerente da Planta Local, Renato Barbosa. Abaixo uma parte desta entrevista.

JV - Por que não é viável uma outra usina de carvão no local?
R.B. - Outros locais, como Candiota, onde estamos erguendo a UTE Pampa Sul (Miroel Wolowski), são mais competitivos, além da área ser menos urbanizada, com carvão e calcário próximos à Usina. Estar ao lado da mina de carvão, por questões logísticas, é fundamental para as novas plantas, já que apresentam custos e riscos ambientais menores. É bom ressaltar também que é importante ter os insumos necessários à geração de energia, como água, combustível, calcário, bem próximos. Outra boa indicação de que o lugar é favorável: ter fábricas de cimento para a venda e aproveitamento das cinzas e gesso perto do local. É o caso de Candiota, por exemplo.

JV - O que será feito da usina após o fechamento?
R.B. - - A ENGIE Tractebel Energia é proprietária da Usina de Charqueadas, dos seus bens, e do terreno. Temos por obrigação, após a parada da Usina, deixar o terreno livre e sem equipamentos e materiais, assim é a regra da Licença Ambiental junto à FEPAM. O que será feito, se dividido e vendido em lotes o terreno ou aproveitamento de alguns prédios, isso tudo ainda está em estudos. Provavelmente, os prédios menores e próximos as ruas laterais serão segregados e vendidos ao comércio e a pequenas empresas de serviços que queiram fazer o uso.
Não há ainda tempo definido para deixar o terreno limpo, sem instalações industriais, é necessário apresentar e discutir um plano com o órgão ambiental, nesse caso a FEPAM, o que será feito nos próximos dias. Poucas e pequenas coisas poderão ser aproveitadas em outras usinas da Companhia, como computadores, sistemas de controles, motores, baterias, compressores de ar, geradores diesel, pequenas bombas d’água e motores. Os grandes equipamentos são sucata, pelo elevado número de horas de operação que cada um tem, e pela tecnologia antiga, que não traz a eficiência exigida hoje em dia, entre eles estão as turbinas e os filtros.
Estamos já com um cronograma do desmonte da Usina e vale ressaltar que os estudos e a valoração desses serviços somente serão vistos com mais profundidade após o desligamento definitivo da Usina. O que se faz, normalmente, nesses casos é contratar empresas especializadas que fazem as desmontagens, seguindo todas as regras de segurança e proteção ao meio ambiente, com as corretas destinações de cada componente, equipamento, material, dando prioridade à reciclagem dos materiais. Nossa intenção é a geração mínima de resíduos dessas operações de desmontes.

JV - Quais as alternativas, segundo nota da empresa, sobre o futuro dos empregados? Quantos empregos diretos e indiretos deixarão de existir com o fechamento da usina?
R.B. - São funcionários da ENGIE Tractebel Energia na Usina Termelétrica Charqueadas 72 pessoas, mas são em torno de 2 mil empregos indiretos na cadeia produtiva. A Empresa tem como alternativas a transferência para outras usinas termelétricas da Companhia e um PDV (Plano de Demissão Voluntária) para dar apoio e prêmio ao empregado que trabalhou vários anos na Companhia. A adesão dos empregados é voluntária. Há regras de prazos de adesões, datas de saídas, pagamento de um prêmio por ano trabalhado, além de assistência médica por dois anos após o desligamento.
A Empresa está oferecendo a oportunidade de, em havendo vagas, os empregados de UTCH participarem de processos de recrutamento interno para outras Usinas da Companhia, como as do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda (SC) e UTE Pampa Sul/Miroel Wolowski (RS), que está em implantação em Candiota com entrada em operação prevista para janeiro de 2019.

JV - Há dentro da usina as bombas da Corsan que abastecem de água a população de Charqueadas e São Jerônimo, como ficará este serviço?
R.B. - Em primeiro lugar, é importante esclarecer que não existem bombas de água que sejam da CORSAN dentro da Usina. A Usina Charqueadas é responsável pela primeira captação de água bruta do rio Jacuí, onde se faz a limpeza da água por peneiramento e depois é bombeada para a Estação de Tratamento da Empresa CORSAN, do Governo do Estado. Iniciaremos em breve as conversações e negociações com a CORSAN e podemos garantir que não faltará água aos municípios de Charqueadas e São Jerônimo, e esperamos que dentro de um prazo adequado e razoável a CORSAN encontre a sua solução definitiva e não dependa mais da Usina.

 


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